Era muito impressionável e acreditava em tudo o que existia e no que não existia também. Mas não sabia enfeitar a realidade. Para ela a realidade era demais para ser acreditada. Aliás, a palavra “realidade” não lhe dizia nada. Nem a mim, por Deus. Vagamente pensava de muito longe e sem palavras o seguinte: já que sou, o jeito é ser.
... Ela acreditava em anjos, e porque acreditava, eles existiam.
(Trechos de A hora da estrela/ Clarice Lispector)
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